O PARADOXO DO HOJE

O homem está lidando com sua arrogância e se mostrando cada vez mais ganancioso. A humanidade tornou-se refém de sua ignorância; sua ambição é inútil, mas isso não importa… o importante é que a morte dos outros lhe encha de lucros notórios. As palavras não são valiosas se não tiverem um pedaço de ouro derretido em suas sílabas bem produzidas. Infelizmente, fazemos parte de um processo em que a globalização saiu das indústrias e intensificou as desigualdades em todos os setores. Somos a parte do “declínio social”; criamos uma lâmpada que incendeia a solidão e propaga às sombras em larga escala; saímos da base do desenvolvimento para o retrocesso. Vivemos num paradoxo sem fim.

A população está com medo de uma doença que diminui a respiração; embora sejam os mesmos que serram centenas de árvores e produzem dióxido de carbono. O indivíduo vive um dilema de responsabilidade social e lucratividade; já não sabemos quais são os valores morais reais e o que é inventado para ganhar status. Notadamente, estamos no meio de uma guerra cultural e de padrões pre-estabelecidos por uma hierarquia complexa e moderna.

O ser humano se tornou o vilão da sua história; aumentou a industrialização; transformou seus horizontes e criou inúmeras possibilidades tecnológicas, em contrapartida, ampliou as desigualdades e explanou os problemas psicológicos que já afetavam o mundo. Nunca nos sentimos tão solitários num mar tão cheio de peixes. Estamos mais infelizes e menos empáticos, apesar de haver mais dinheiro para comprar; nosso tempo diminuiu drasticamente. Aceleramos nossa dor, adiamos nossos sonhos e vivemos angustiados pensando no futuro, mas, não sabemos se o amanhã acontecerá.

Andamos cansados, porém, vivemos pouco. Há muitas frustrações e poucas tentativas; semeamos tristezas; vivemos de acordo com padrões infelizes e nos tornamos robôs no mundo dos humanos. Acostumamos-nos a viver no automático; sorrir sem vontade e esconder nossas dores. Nunca antes, assistimos mais os outros viver do que hoje. Nunca antes, tivermos tanto medo de morrer sem sequer ter vivido. E, eu te pergunto: você tem medo de quê?

Publicado por Leslie

Sou nostálgica, um tanto complexa e confusa. Amo as incertezas e viajo na confusão do irreal. Amo flutuar na minha imaginação e na minha incoerência.

3 comentários em “O PARADOXO DO HOJE

  1. Em algum momento a sociedade se perdeu, ou então, tudo que a gente espera que seja humano não passa de uma ilusão como tantas que criamos para a vida parecer menos injusta, dolorosa e o ser humano sem cura. A nossa vida tem valor monetário, somos o que possuímos e o que podemos vender a quem pode pagar. E já somos assim há muito, muito tempo. É uma situação desesperadora, e mais desesperador ainda é saber que preferimos ser ricos a ser felizes. Acho que é disso que tenho medo, adotar essa consciência coletiva da maioria das pessoas, de que precisamos nos valorizar, que precisamos ser “alguém na vida”, que precisamos ter para ser e que a felicidade reside numa poupança com zeros enfileirados, aplausos, etc. É como dia a música do Blutengel “das guerras fizemos nosso reino”, “do medo e da necessidade dos servos fizemos nosso império”.

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